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11/09/2020
11:36
Fonte :
Correio da Kianda
UNITA critica adiamento das eleições autárquicas
A UNITA, maior partido da oposição, criticou nesta quarta-feira, 09 de Setembro de 2020, o adiamento das eleições autárquicas no paÃs, inicialmente previstas para este ano, atribuindo a decisão a um receio de “uma derrota histórica†pelo partido no poder.
“O Governo sabe que teria uma derrota histórica nas eleições autárquicas. O Governo falhou. A governação do presidente, João Lourenço, começou com expectativas muito altas, mas cedo virou frustração, decepção. Não tem soluções para dinamizar a economia, não tem soluções inovadoras para empreender uma estratégia de desenvolvimento sustentável no nosso paÃs. Não quer correr o risco de perder o poder através do poder local. É uma agenda partidáriaâ€, disse à Lusa, por telefone, o presidente do grupo parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka.
Para responsável partidário, o executivo angolano “não pode alegar a pandemia para adiar as eleiçõesâ€, apontando que há “falta de vontade polÃtica†por parte da liderança do paÃs.
“O paÃs vai-se abrir para grandes actos de massasâ€, afirmou, destacando a abertura de escolas, igrejas e actividade desportiva durante as próximas semanas.
“Não se pode justificar que, de um lado, se abra a sociedade para grandes aglomerados, se do outro se condiciona a realização das autárquicas, supostamente porque as condições não estão criadasâ€, afirmou.
O lÃder parlamentar da UNITA acusou ainda o Governo angolano de estar a fazer uma “gestão de poderâ€.
“Temos muita pena e condenamos nos termos mais rigorosos que o Governo continue numa perspectiva de uma gestão do poder em detrimento de uma governaçãoâ€, disse.
Chiyaka assinalou que o executivo “deve procurar governar†e que, em Angola, “infelizmente, prevalece a agenda partidáriaâ€.
O lÃder parlamentar do maior partido da oposição abordou as eleições presidenciais realizadas no Maláui, em Junho, assim como as presidenciais costa-marfinenses previstas para Outubro deste ano.
“Existem vários exemplos de outras geografias polÃticas que, no meio desta crise, procuraram não paralisarâ€, acrescentando que a não realização das eleições autárquicas este ano em Angola “é uma prova da incompetência do Governoâ€.
Chiyaka sublinhou que a UNITA não pretende “fazer parte de uma agenda partidária em detrimento de uma agenda nacional†e pediu a realização de um diálogo conjunto para que se coloque “o interesse nacional acima de gruposâ€.
“Vamos pressionar o Governo, vamos pressionar o partido que está no Governo, no sentido de se realizarem [eleições] autárquicas em 2021. Angola já esperou muito, os angolanos já não podem continuar a aceitar o adiamento das suas expectativas por falta de vontade de um partido polÃtico que não consegue realizar as aspirações nacionaisâ€, vincou o responsável.
Na terça-feira, os membros do Conselho da República de Angola consideraram, na sua maioria, que não há condições para realizar as primeiras eleições autárquicas do paÃs.
Segundo Rosa Cruz e Silva, porta-voz da estrutura, que se reuniu nesse dia, as eleições autárquicas angolanas serão realizadas no momento em que as condições para o efeito o permitirem.
O documento saÃdo da reunião extraordinária do Conselho da República realizada para analisar o impacto da covid-19 em Angola refere que devem continuar os trabalhos de preparação e organização das autarquias.
Na abertura da reunião de terça-feira, João Lourenço considerou que, apesar de consensual, a necessidade de se implantar o poder local autárquico, por via de suporte legal, a verdade é que não se conseguiu ainda realizá–las.
João Lourenço lembrou que, em Março de 2018, numa reunião do Conselho da República, levantou a intenção de se realizarem eleições autárquicas este ano.
“Reconhecemos todo o esforço levado a cabo pela Assembleia Nacional na aprovação de parte do pacote legislativo autárquico, mas, sem que se aponte necessariamente culpados, convenhamos que nem tudo está feito, o trabalho não está ainda concluÃdoâ€, disse.
Para João Lourenço, não é possÃvel num Estado democrático e de direito realizar-se quaisquer tipos de eleições sem suporte legal.
Por Lusa
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